Contratos fictícios com empresas de fachada, comandadas pelo presidente do PL no Maranhão, teriam sido fechados com recursos do FMS
Do Atual7
A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira 9, a Operação Descalabro, que apura suposto esquema criminoso que seria comandado pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL), voltado ao desvio de recursos públicos, da área da saúde, por meio do direcionamento de licitações. O trabalho conta com a participação de 98 policiais federais.
A investigação corre em sigilo perante o STF (Supremo Tribunal Federal). Relator, o ministro Ricardo Lewandowski autorizou o cumprimento de 27 de mandados de busca e apreensão, em São Luís e no interior do Maranhão. Também foi determinado o bloqueio de mais de R$ 6 milhões em patrimônio do parlamentar, entre outras medidas diversas de prisão.
Segundo a PF, Josimar Maranhãozinho teria desviado dinheiro de suas emendas parlamentares à área da saúde, de abril a dezembro de 2020. Estima-se que a fraude pode ter gerado prejuízo de R$ 15 milhões aos cofres públicos.
O recursos desviados seriam do FMS (Fundo Municipal de Saúde) de municípios do interior do Maranhão, reduto eleitoral do parlamentar.
De acordo com a Polícia Federal, os gestores firmaram contratos fictícios com empresas de fachada, comandadas por Josimar Maranhãozinho, que estão em nome de laranjas. Posteriormente essas empresas efetuaram saques em espécie e o dinheiro era entregue ao deputado, no seu escritório regional parlamentar em São Luís.
Em uma investigação iniciada pela Polícia Federal, quatro meses atrás, conseguiu-se não apenas constatar os desvios, como também acompanhar os saques e realizar o registro de áudio e vídeo da distribuição dos valores no escritório regional do parlamentar.
O nome da operação foi dado em razão do prejuízo pesado causado aos cofres públicos em plena época de pandemia.