Os meses de outubro e novembro serão especiais para milhares de habitantes de 13 cidades maranhenses, muitas das quais receberão pela primeira vez uma companhia de teatro com apresentação gratuita em sua localidade.
Trata-se da “Caravana Pão com Ovo”, um amplo projeto cultural que foi viabilizado graças ao patrocínio da CEMAR e do Governo do Maranhão, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O projeto consiste em 14 apresentações da peça teatral maranhense “Pão com Ovo”, de forma itinerante em 13 cidades e com caráter popular, uma vez que todas as apresentações se darão em praças públicas, e serão gratuitas e aberta a públicos de todas as idades.
A Caravana é uma parceria da Cia. Santa Ignorância, autora da peça “Pão com Ovo”, que é sucesso de público há 4 anos em São Luís e da produtora Grupo Oito Comunicação, agência especializada na concepção e produção de projetos incentivados através de leis Estaduais / Federais, da publicitária Cássia Mello Pflueger.
As regiões contempladas com o projeto são: São Luís, Balsas, Imperatriz, Barra do Corda, Codó, Bacabal, Santa Inês, Pinheiro, Chapadinha, Barreirinhas, São José de Ribamar, Maiobão e Itapiracó.
Em Barra do Corda acontece no dia 25 de outubro, na praça Melo Uchoa.
A DEMOCRATIZAÇÃO DO TEATRO NO MA
O teatro é a forma de expressão artística mais antiga da humanidade e que ao longo dos séculos, além de entreter visa também educar, formar, politizar, incluir e conscientizar as pessoas sobre os mais diversos temas. Mas apesar dessa relevância, ainda são muitos os brasileiros que estão à margem dessa oferta cultural e sem qualquer contato com produções teatrais profissionais e de qualidade.
“No Maranhão, a população de diversos municípios além de ansiosa está ociosa culturalmente. E agora com esse projeto estamos muito felizes em poder oferecer um teatro de qualidade, profissional e com temas regionais e de total identificação popular, que leva as pessoas às gargalhadas e ao mesmo tempo as faz refletir sobre temas sérios como a (falta de) qualidade do atendimento, que é o mote que permeia o texto do Pão com Ovo”, declarou o ator e diretor César Boaes, que na peça interpreta a personagem Clarisse.
No total a Caravana estará na estrada por um período de 20 dias (de 20.10 a 14.11.15), com uma equipe que além dos três atores da peça contempla técnicos e produtores totalizando 13 pessoas.
Para facilitar o acesso das pessoas em cada comunidade, a peça será encenada nas principais praças dos municípios visitados, mas contando com uma super estrutura de palco, som e luz, além de cadeiras e decoração.
Com um tempo médio de 1H20 de duração, a peça conta com skeches da montagem original do “Pão com Ovo”, além de alguns quadros que são sucesso do grupo na internet, tais como o quadro da manga, do médico, do elástico e do “cececerecece”. Em suma, um espetáculo para toda família se divertir junta, da criança ao idoso.
CIA. SANTA IGNORÂNCIA E O SUCESSO DE PÃO COM OVO
A companhia de teatro Santa Ignorância vem ao longo de sua trajetória, realizando montagens com importantes nomes da dramaturgia nacional, e agora faz sucesso apostando na dramaturgia local e regional.
Pão com Ovo foi encenado a partir da dramaturgia do ator e da mímesis corpórea. A pesquisa feita pelos atores da companhia foi realizada por dois anos em um estudo de observação do corpo das emergentes, socialites e das mulheres de periferia, além de uma estudo de dança de ritmos populares como o brega, funk, o tecnobrega e o forró em casas de festas populares das periferias. O espetáculo é um texto coletivo, com direção de César Boaes e no seu elenco estão os conhecidos atores da cena teatral maranhense Adeílson Santos, César Boaes e Charles Jr.
A comédia retrata de forma bem humorada situações dos costumes e hábitos das diferentes classes sociais. Em cartaz há 4 anos, sempre lotando as apresentações, a peça conta a história de duas personagens, Dijé (vivida por Adeílson Santos), moradora de bairro da periferia e Clarisse, (interpretada por César Boaes) uma emergente alpinista social.A montagem conta ainda com o ator Charles Jr. em diversos papéis de apoio.
Amigas de escola que se reencontram anos depois e falam de coisas engraçadas do cotidiano das suas vidas, retratando de forma bem humorada o atendimento nas empresas púbicas e privadas, e os hábitos e costumes de determinadas classes sociais. Os três atores se revezam em vários personagens em uma estrutura simples para facilitar a montagem e o acesso da peça a qualquer espaço cênico, sem no entanto, perder a qualidade com as composições dos personagens. Uma linguagem direta e simples, mas sem apelações fáceis e linguagem chula. Não existe um texto literalmente escrito, as falas e diálogos surgidas nos ensaio e de improviso, estão somente memorizadas pelos atores.
A peça é adaptada para cada cidade onde é apresentada com uma rápida pesquisa, sobre bairros, nomes de famílias tradicionais, linguajar e costumes. A cada nova temporada uma nova temática, com quadros novos como aniversário de criança, baile de formatura e uma leitura divertida das festas populares e as manifestações políticas atuais
A proposta da peça vem também de alguns quadros já experimentados em apresentações em treinamentos para qualidade de atendimento de diversas empresas da cidade.
Não seria melhirse fosse no espaço cultural.”