Seis dos 18 deputados federais eleitos no Maranhão na eleição do último domingo (02) mudaram suas autodeclarações de cor/raça junto à Justiça Eleitoral para o pleito deste ano.
Na prática, os votos dedicados a esses candidatos passam a contar em dobro na hora de calcular a distribuição dos recursos dos fundos Partidário e Eleitoral.
Diferentemente do que afirmaram em eleições anteriores, quando se autodeclaravam brancos na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os parlamentares, agora, constam como “pardos” nos registros de candidatura.
É o caso do deputado federal reeleito Juscelino Filho, que em 2018 se declarou de cor/raça branca e agora em 2022 se declarou “pardo”. Mesma coisa aconteceu com os deputados Detinha, André Fufuca e Cleber Verde.
Já o deputado federal eleito Duarte Júnior havia declarado ter cor/raça branca em 2018, quando foi deputado estadual. Já na eleição de prefeito se declarou “pardo” e agora nas eleições de 2022 voltou a se declarar “pardo”.
O caso do deputado federal reeleito Pastor Gil é diferente. Em 2018 ele se declarou “pardo” e agora em 2022 se declarou “preto”.
As informações declaradas pelos candidatos podem ser consultadas por meio “DivulgaCand”, plataforma da Justiça Eleitoral, responsável por armazenar e disponibilizar informações referentes às candidaturas nos estados e também no País.
A mudança na declaração de cor/raça dos candidatos eleitos coincide com a aprovação, em 2021, no Congresso nacional, de uma medida que determina o aumento da quantidade de verba para partidos com candidatos negros (pardos e pretos) que tiveram mais votos para deputados.
O uso do sistema de cotas para participação de negros na política por parte de candidatos anteriormente declarados brancos tende a deslegitimar outras lutas a população negra e parda no País.
Fonte: Clodoaldo Corrêa